sábado, 1 de maio de 2010

Bem Vindos e Feliz Dia do Trabalho!



Imagine um condomínio com inúmeros prédios onde moram pessoas de todas as classes sociais, em uma reunião de condomínio o sindico reclama do valor alto da conta de água e como solução pede aos moradores que se organizem em um grande mutirão para economizar água. Todos colaboram, constroem cisternas para recolher água da chuva , e a utilizam para limpeza geral e nos vasos sanitários, só usando a água tratada para higiene pessoal , preparação de alimentos e consumo.


Depois de um mês , a conta ainda vêm alta, para os moradores que tem mais de um neurônio é obvio que o problema deve ser algum vazamento no encanamento ou alguém não anda colaborando como deveria. Mas a solução do sindico, que é a mais fácil, é lacrar todas as torneiras, estabelecendo cotas individuais do uso da água para os moradores de acordo com ”critérios técnicos”. Não há discussão sobre qualquer injustiça em relação a adoção de cotas, justificativa é imposta , “é medida necessária para equilibrar as contas do condomínio,” se quer consumir á mais compre água mineral, que é o que os moradores mais abastados fazem. Troca-se o sindico e o problema persiste , a única diferença é que parte da taxa de condomínio é usada para financiar água mineral para os mais pobres.


Assim que funciona o neoliberalismo tupiniquim.

Cada vez mais os pacto entre Estado e Cidadãos é esquecido, omisso e desumano, cada vez mais o público ou aquilo que pertence ao bem comum, é particularizado ou saqueado. Sentimos o quão da injustiça ditada pesa quando doentes entramos em um hospital que não dá aparo para nossa vulnerabilidade ou quando depois de formados na educação pública tentamos entrar para a cadeia produtiva e permanecer nela segundo seus próprios caprichos independente da educação oferecida.

A desproporcionalidade daquilo que o sistema exige e daquilo que oferece para suprir as necessidades básicas alimenta um sentimento de traição da sociedade em relação ao Estado. Como o Estado é mais forte . Essa sociedade responde as medidas, ora com revolta de boca , ora por uma revolta violenta contra o que é público, ora com conformismo , ora com a indiferença,não porque ela é má, ou busca um relação “paternalista” com o Estado.

Por falta de opção e de reação, já que a saída “politica”oferecida pela pacto republicano brasileiro é o voto, após o período de eleição vira uma promessa que apenas perpetua o câncer , no exemplo acima ,se a situação incomoda podemos vender o apartamento e mudar para outro endereço, não se pode fazer o mesmo em relação a um país.

Nós profissionais, que atuamos dentro do sistema testemunhamos sem a maquiagem publicitária as ações neoliberais nos serviços. públicos. Com o passar dos anos, a contenção de gastos com cortes na manutenção e ampliação da infraestrutura e congelamentos de salários, ou o lacrar as torneiras, mudou para um politica mais cruel e desumana. Algo que se resume a metáfora do carroceiro segurando uma vara com uma cenoura na ponta na frente do burro, induzindo o animal faminto a carregar uma carga mais pesada do que realmente aguenta. Essa politica travestindo a cenoura com o discurso de “competição” ou 'mérito” por resultados superficiais, compromete a qualidade do serviço traduzindo o para meras transmutações de números vazios e virtuais, o que legitima a precarização do ensino e do trabalho profissional da educação.

E as entidades profissionais responsáveis em denunciar essa politica cruel tornaram -se cúmplices pela omissão, estão apenas preocupadas com sua própria ascensão no jogo de xadrez dos bastidores do poder. Afinal sua importância e respeitabilidade no jogo politico está ligada a habilidade de manipular os peões no tabuleiro. Para eles, os peões não pensam , são alienados de poder e conhecimento sobre a própria condição, portanto são indivíduos sem autonomia. Apenas são “associados” no jogo sustentando financeiramente a máquina e cruzando os braços assim que convocados. De certo modo, é tão bestializador quanto as ações do carroceiro.

Hoje dia primeiro de maio, dia do trabalho fazemos nossa primeira postagem, de forma simbólica para reiteramos o papel do docente como trabalhadores responsáveis pelo conhecimento que transforma a realidade de todos como seres humanos conscientizando-os que não existem somente para o trabalho.

Inauguramos esse espaço aberto a todos com o objetivo de reunir informações sobre o magistério, alimentar discussões , debates e ações para impedir a deterioração da profissão professor, profissional especializado em alimentar sonhos , incentivar o espirito critico , o espirito criador, o valor da gentileza e do amor , cultivar aquilo que é unicamente humano através do sempre.

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